quarta-feira, 23 de maio de 2012

Esmague como o Hulk no Marvel Heroic Roleplaying ( 2011 )


Aproveitando o frenesi causado pelo filme “The Avengers”, por que não jogar um RPG ambientando no mundo de heróis da Marvel? E se você ainda não sabia que o roleplaying já tinha chegado no mundo dos heróis, dá uma olhada nisso: Marvel Heroic Roleplaying!

Marvel Heroic Roleplying (2011) da Margaret Weit Productions ( Supernatural Roleplaying, Leverage Roleplaying e Dragonlance) é uma revisita à dois títulos anteriores da franquia de histórias em quadrinhos para jogos de narração. O primeiro é o old school Marvel Super Heroes Roleplayng (1984) da TSR (que publicava o AD&D antes de ser comprada pela Wizards of the Coast) que engatinhou junto com uma onda de RPG’s de super heróis como o aclamado Champions (1981) da Hero Games, Villains and Vigilantes (1979), por Jeff Dee e Jack Herman, publicado pela Fantasy Games Unlimited (FGU) com uma segunda edição em 82 e Teenage Mutant Ninja Turtles de 85 da Palladium Games.


               
Villains and Vigilantes (1979), por Jeff Dee                                  Marvel Super Heroes (1984) da TSR foi a primeira 
 e Jack Herman, publicado pela Fantasy                                       tentativa da editora de HQ's de emplacar um RPG
 Games Unlimited (FGU)                                                  baseado  nas suas hitórias.

Champions (1981) foi o RPG de super's 
de maior sucesso, dominando o mercado no final
dos anos 80, da segunda metade dos anos 90 até o 
começo dos anos 2000. 

No final dos anos noventa os jogos da licença Marvel foram relançados em pequenos gargalos , sem, no entanto, conseguir muito sucesso. Em 97  a TSR lançou o Marvel Super Dice baseado no sistema Dragon Dice, mas logo foi cancelado devido à compra da companhia pela Wizards. Mas um ano depois o título é lançado agora pela nova dona da antiga TSR, Marvel Superheroes Adventures Game (1998), jogo construído no sistema SAGA, mas que não durou muito pelo sucesso do sistema D20.

Marvel Universe Roleplaying (2003) 
não durou muito por causa da febre
do sistema d20
A terceira tentativa de um jogo desse tipo para a editora foi em 2003, com o The Marvel Universe Roleplaying Game, que apesar de ter um sistema interessante herdado do sistema SAGA do jogo anterior não conseguiu vender muito e logo foi cancelado. Naquela época ou se era D20 ou não iria para as prateleiras das lojas especializadas.









[RESENHA]


Finalmente, a Margaret Weit lança no ano passado o mais promissor de todos, o Marvel Heroic Roleplaying, usando o sistema Cortex Plus da própria Weit. O sistema é bem genérico e pode ser adaptado pelo mestre – no caso específico desse jogo o “ The Watcher”, O Vigilante. Outra característica desse RPG é o fato do seu  sistema privilegiar o storyteller, as regras são bem flexíveis e adaptáveis, não recomendado para aficionados por GURPS ou D20 .

Marvel Heroic Roleplaying lançado no
ano passado pode ser 'o novo Champions'
se a febre de super heróis continuar
Nele você não encontrará tabelas fixas e nem conseguirá números exatos para medir se esse personagem é ou não mais forte que esse Pdm. Não é como o D&D, onde você consulta a tabela de dureza de uma porta de ferro e compara seu ataque, no MHR a coisa é mais dinâmica e construída pelo mestre e pelos jogadores, quem já conhece e é familiarizado com Vampiro (distribuído pela Jambô Editora) e afins vai gostar muito, apesar do sistema não ser nada familiar à esse título.

Herdeiro da arquitetura SAGA, o MHR se joga com o gerenciamento de recursos, os Plot Points e os Doon Pool’s. Que são ajudas genéricas que podem ser adicionadas in game e serem usadas para praticamente qualquer coisa, desde melhorar as jogadas do seu personagem como para atrapalhar o seu inimigo. Destravar habilidades especiais e muito mais coisas que conseguirem pensar.

Outra diferença significativa nesse jogo são os Power Sets, que são, grosso modo, as habilidades especiais, ou poderes, dos super heróis. As Especialidades são o que poderíamos chamar de perícias e seus graus de habilidade, como expert  (d8) ou master (d10). O sistema também não tem ‘penalidades’, pelo menos não como conhecemos. Aqui as penalidades ou ‘bônus’ são o uso de dados com mais ou menos faces.

De certa forma, o sistema do jogo se baseia em conseguir dados extras, ou com mais faces, e não ter o azar de sua pilha de dados for trocada por um dado com menos faces, o que força um Pj a gastar o seu Plot Point para melhorar sua jogada ou ativar uma habilidade. Isso ao mesmo tempo que deixa a partida com um combate rápido - já que tudo que se tem a fazer é comparar a pilha de dados do jogador com a do 'Watcher' - faz também a proeza de não impedir que certas jogadas se tornem inverossímeis demais se os personagens combarem os Plot Points de forma correta, como se o Capitão América conseguisse dar um soco no Hulk e ele cair desmaiado - sim, no Marvel Heroic dependendo das condições isso é possível.

Como o jogo é direcionado a um história, ao contrário da maioria dos RPG’s de Sword and Sorcery que são baseados em encontros, o MHR já vem com uma história baseada na saga Brakout (Motin, no Brasil, distribuída pela Panini) do The New Avengers, escrita por Michael Bendis – o mesmo de Guera Civil - e tinta de David Finch. E para esse ano serão lançados  os suplementos da Guerra Civil, Aniquilação e  A Era do Apocalipse.



por Hêider Menzes